sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dicas do dia

Se todos seguissem padrões aritméticos para escolher seus amigos, amores, ídolos, etc, certamente uma universidade da Inglaterra- onde além de se falar da família real, adora-se produzir todos os tipos de pesquisas - abasteceria o mundo com tabelas e padrões de escolha a serem idealmente seguidos. Porém - por enquanto! -, ainda não criaram uma classificação geral de pessoas. Fico imaginando qual seria minha posição. Pensando nisso, fiz breves avaliações de mim mesmo em alguns aspectos da minha vida.

Bom amigo, não sou. Quero o melhor para meus amigos, mas não compartilho com eles o que se passa nos meus dias. Descobri, com o passar dos anos, que não adianta apenas escutar: às vezes, é preciso falar de si, colocar seus problemas e pensamento para os outros e para o Universo, a fim de que possa haver crescimento e evolução compartilhados. Mesmo amando-os, sumo, passo meses sem dar um alô; sou incapaz, por vezes, de guardar seus telefones na minha agenda, embora guarde-os a sete chaves em meu coração.

Bom filho, também não. Minha paciência com meus pais é pequena, não raro sou duro demais com meu pai octogenário e insensível com minha mãe. Amo-os profundamente, mas falho bastante - como falho!

Bom namorado, poucas vezes fui. Nunca me entreguei por inteiro, de alma, a uma relação - e olha que não foram poucas -, embora sempre tenha tentado de tudo para fazer a mulher ao meu lado feliz. Atencioso, prestativo, amigo, confidente, amante dedicado, isso elas podem dizer de mim. Mas não dirão que fui entregue, intenso, que vivi cada dia ao seu lado como se fosse o último e que as quis como se não houvesse outra no mundo, fazendo-as sentir como a mulher mais especial de todas.

Bom profissional, posso dizer que sou, apesar de às vezes me acomodar - minha profissão facilita isso, é fato. Aprendo rápido, resolvo problemas com praticidade e eficiência, não descanso enquanto as coisas não estão "nos trilhos". Mas não penso que o trabalho é o fim último da vida e o descarto como fonte de felicidade.

Bom pai, sim, eu sou. Meu filho é tudo pra mim. Movo montanhas por ele, sem deixar de ser firme e sempre pensar nas implicações de minhas atitudes para o futuro, vendo nele não só uma criança de 2 anos e 3 meses, mas um homem digno em formação. Não me dou nota 10 todos os dias, mas luto dia a dia por ela.

Muitos outros aspectos a avaliar... mas de que adianta? É bom ser bom em algo, mas e daí se eu não for? As conexões entre os seres humanos não se fazem com base em suas virtudes. Há muito mais, há elementos muito maiores do que a nossa vã percepção consegue visualizar.

Fazer então o que? Viver ao lado daqueles que nos fazem bem, o máximo de tempo possível. Porque todo o tempo dessa vida pode não ser o suficiente. É a minha "dica do dia".

O zen budismo traz algumas outras. Trecho de um excelente filme argentino: "Un Buda".





Um comentário:

  1. Acho que todo mundo que se importa consigo e com os que ama já fez esta avaliação. Há um tempo atrás me perguntei por qual motivo cultivava algumas amizades, mesmo que elas não fossem "boas" pra mim. E cheguei à conclusão de que amigo de verdade é aquele que, mesmo sabendo dos defeitos do outro, continua do lado dele. No final das contas, são os defeitos que nos diferenciam, porque as qualidades ideais/idealizadas todos tem na ponta da língua. Gostamos de alguém quando é por inteiro, inclusive com as "falhas". Ruim não é tê-las, mas mantê-las!!!

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